23 de mar. de 2011

A história por trás das fotos da minha exposição! - parte 2

...CONTINUANDO DO POST PASSADO:

      Faltava pouco para escurecer, então fui tentar aproveitar o que me restava de dia em Milão. Resolvi conhecer o Castello Sforzesco, que fica praticamente dentro da cidade e tem um parque no fundo. Depois de um tarado egípcio tentar me agarrar no parque e eu sair correndo apavorada (é sério, mas depois conto essa história), entro no castelo arrasada, queria pegar o primeiro avião e voltar pra casa (no Brasil!). Mas não podia fazer isso, então em um momento Joseph Klimber, aquele que poderia ficar desanimado, chateado, desmotivado, mas não! fui tentar curtir o passeio. Começando com a pinacoteca. E alí, entre Michelangelos e Da Vincis, o que eu encontro ??? Um desumidificador de ambientes!!! Que coisa linda! Não tive dúvidas, olhei em volta, não havia ninguém, tirei a lente da câmera e coloquei-a virada para baixo em cima do aparelho. E alí fiquei plantada, enquanto as pessoas passavam e olhavam, intrigadas, que diabos de obra de arte tão fora de contexto seria aquela... Até que chega o guarda e me pergunta o que eu estava fazendo. De novo improvisando um italinglês explico meu drama, e ele solta um "poverina!!!" e me diz para deixar a câmera alí o tempo que precisasse (ou até fechar a pinacoteca). Se por causa disso ou não, não saberia dizer, mas minha querida companheira voltou a dar fracos sinais de vida. Voltei para o hostel, a deixei aberta com um lenço em cima para não entrar poeira e fui dormir. Dia seguinte Veneza me aguardava!
      Acordei apreensiva, ainda escuro, peguei o trem sem pensar muito no que me aguardava. Foi chegar a Veneza que minha mão começou a coçar, ânsia de sair fotografando tudo. Larguei a mochila no hostel, almocei na sacadinha do prédio antiguíssimo e lindamente decadente debruçado sobre o canal, uma garrafinha de vinho e um pedaço de queijo brie (como boa italiana) e fui explorar a cidade. De imediato me apaixonei por Veneza, pelo seu carnaval, pela magia, por tudo. E resolvi que iria tirar fotos, acontecesse o que acontecesse. Minha câmera tinha voltado à vida, mas com graves seqüelas. O foco automático não funcionava, tinha que focar na lente, que seguia um pouco embaçada por dentro. No modo manual aparecia a função retrato noturno. Fui achar o modo manual entre o P e o A. Sim, eu disse entre, num frágil equilíbrio. Cada vez que eu tentava regular o obturador a câmera desligava. E para completar o visor não mostrava a foto depois que eu a tirava. Foi uma verdadeira prova das minhas habilidades fotográficas, se eu realmente sabia fotografar, por instinto, sem confiar nas facilidades digitais, a hora de mostrar era essa. 
    Foi uma das experiências mais incríveis da minha vida. O Carnaval de Veneza é algo mágico, é viajar no tempo, voltar ao passado estando no presente, é magia, é luxo, são cores, brilhos e mistérios. Recomendo a todos uma vez na vida visitarem a cidade no carnaval. É uma experiência digna de livros do tipo "100 coisas para fazer antes de morrer". Voltei à Barcelona encantada, maravilhada, sonhando com mais, e ansiosíssima para ver se teria algum registro daquilo tudo.
    Bom, o resultado disso tudo vocês vêm na minha exposição, que inaugura hoje, e vai até o dia 20 de abril. Minhas fotos não só saíram, como saíram lindas, o suficiente para pessoas como Germano Preichardt, que foi quem me deu as primeira orientações e me ajudou a transformar a idéia em projeto, e Beto Conte, que comprou a idéia, acreditou no meu trabalho e me ajudou a viabilizar essa mostra. 

    Espero vocês lá para compartilharem comigo um sonho que virou realidade, uma conquista enorme, que eu vou adorar dividir com vocês, meus leitores.

    BEM VINDOS AO CARNAVAL DE VENEZA!!!


P.S.: Para os que tanto falam mal da Sony, que só Canon e Nikon prestam, leiam essa história. Minha câmera na ocasião era uma Sony alpha 350. Depois que voltei de Veneza ela acabou estragando de vez, por causa da oxidação causada pela água. Mas ela cumpriu sua última missão, em condições precárias, com louvor e muita qualidade. Tanto que depois comprei outra, desta vez só o corpo porque as lente se salvaram, uma alpha 500. E sigo muito satisfeita. Um muito obrigada à Sony, vocês sabem, sim, produzir reflex de alta qualidade. 

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